Páginas

domingo, 28 de setembro de 2014

O gosto da liberdade


"E quando você se sente mais leve? Depois de colocar todos os verbos engasgados na garganta pra fora? E na cara daquela pessoa? Aconteceu comigo assim esses dias. Fez um bem danado. Ainda faz. Não há sensação melhor nesses momentos que sentir os ombros mais leves, a coluna mais ereta e o sorriso mais tranquilo, calmo, amável. É bom dar um tempo nas secreções lacrimais. É bom sentir essa paz, essa calma, essa brisa. Sabe? É bom estar apaixonada, mas se as coisas não forem pra ser, não insista amor, desencana. Quando você passa a se desgastar demais, é porque o amor já se foi ou talvez ele nunca tenha estado. Pelo menos não esse amor. Mas lembra só: o amor ainda é a melhor coisa do mundo. Eu acredito nisso. O amor é a minha luz infinita. E essa luz que me fez ter a coragem de me libertar. Ficar leve, não sentir mais aquele peso nas costas, aquela dor no coração, aquele cansaço na alma. Porque bom mesmo é se libertar de todo o desamor, toda a mágoa, toda a dor. Bom mesmo acordar no domingo e sorrir, mesmo tendo prova. Bom mesmo é assistir Monstros SA com meu pai no final desse dia, bom mesmo é ter amor e saber como amar. Tá legal, mas e o ser amada? Isso também faz parte, mas se você tem amor, você tem a primeira forma dele: o próprio. O amor por você te ajuda a vencer tudo aquilo que te puxa pra baixo. Olha pro lado e agradece. Agradece por este dia, por seus pais, por seus amigos e por sua vida. Agradecer por ter a liberdade de seguir em frente de agora em diante. Agradecer pela oportunidade de recomeço que só vem para o bem. Vai por mim, a vida é muito mais do que os filmes nos mostram. A vida real mesmo é você que faz, com suas escolhas e com o Cara lá de cima que comanda teu destino. E a liberdade de ser feliz, Ele já te deu. Vai por mim, sorria e se abra para o amor. Hoje e sempre."

Vivian

domingo, 21 de setembro de 2014

Quase o último...


"Eu custei a aceitar o fim de algo que só começou dentro de mim, quando na verdade eram precisos dois. Eu me apaixonei por você quando a gente tropeçou um no outro. Eu me apaixonei por você no momento em que você me segurou os braços e pediu desculpas. Eu te amei desde aquele dia, aquele momento, aquele (in)feliz tropeço. Eu lutei com algumas de minhas forças pra fazer dar certo. Na verdade, lutei pouco. Deveria ter lutado mais, porém cansei quando entendi que não adiantaria. Chorei por você, chorei por estar apaixonada, como nunca havia chorado e estado antes. Eu tentei de todas as formas me fazer acreditar que era possível você me notar. Quis acreditar que você perceberia os detalhes que nos perseguiam da mesma forma que eu percebi. Mas acontece que o amor vem pros distraídos e, naquele tropeço, a culpada fui eu que não olhei por onde andava. Estava distraída e o seu amor me pegou. O mais bizarro de toda essa história é que você conseguiu ser um completo desconhecido pra mim durante um ano, mesmo estando no mesmo lugar, todos os dias. Pensando por essa lógica deveria ter sido mais fácil te esquecer. Mas em casos de amor, a gente não manda no coração. Queria te falar todas essas coisas. Falar que somos muito parecidos mesmo sendo tão diferentes. Queria que você soubesse quem eu sou. Queria te falar que poderíamos ir ao jogo do Vasco juntos, que sou apaixonada por cavalos, que sou viciada nesse ar de menino de interior que você tem, que temos a mesma fé e que daríamos um belo casal num fim de tarde na pracinha. Eu me apeguei a ideia de poder te falar tudo isso algum dia, olho no olho, mas é quase impossível te encarar nos olhos, pois é como se você já soubesse disso tudo e só precisasse desse contato visual firme para confirmar. Mas não estou a fim de jogar seu jogo.
Como eu disse antes, demorei a aceitar que não tem fundamento. Demorei a compreender que detalhes não são sempre detalhes, que na maioria das vezes são apenas coincidências da vida, acasos que vem pra perturbar o coração, a alma e o corpo, mas que não significam nós dois juntos algum dia.
Eu sou sensível, choro facilmente, sou romântica, quero ser médica, quero conhecer a Itália e casar um dia. Não nego que a ideia de ter você comigo na realização desses sonhos me enche de felicidade, mas isso fica só na ideia e eu volto pro meu mundo real. Não vou dizer que o amor acabou. Acredito que não vai acabar. É amor, não é ódio. Eu amo você. Mas aceito que não seremos aquele casal que tanto idealizei. Eu aceito que não serei sua e - por mais que me doa - que você não será meu.
Talvez você esteja destinado a ser dela. E eu deva estar destinada a ser dele. Quem sabe?
Enquanto isso, eu acredito que uma parte de mim ainda te carrega e vai te carregar até que eu me livre da droga que é você. Mas não há datas, não há hora marcada. Eu aguardo o que estiver por vir. Sem medo, sem presa, sem choro. Aguardo com esse amor dentro de mim. Porque, apesar de tudo, ele me faz bem, me faz companhia, me faz..."

Vivian
Foto do We heart it

sábado, 6 de setembro de 2014

Coincidências ou ponto final?



"Sou daquele tipo de pessoa que acredita no melhor do outro, que mesmo com tantas evidencias sobre o contrário busca enxergar o melhor, em tudo. Gosto de pensar que todos tem algo bom, um lado cheio de amor, senão todo. E foi exatamente isso que pensei quando conheci você. Quis acreditar que você era diferente. Mesmo sabendo que a minha vida não é um filme americano ou um conto de fadas da Disney. No entanto, a cada coisa que nos acontecia era isso o que parecia ser. Nossos tropeços, olhares e poucas palavras trocadas soavam como cena de filme. Era o que todos falavam. Era o que eu gostava de acreditar. Ninguém pede pra gostar tanto de alguém, ninguém escolhe quando se trata de amor, isso apenas acontece. Da forma como o destino quer. Cabe a nós saber conduzir. Mas talvez não estejamos preparados para isso. Talvez, na verdade, só eu veja as coisas por esse ângulo, talvez só eu enxergue algo a mais nessas coincidências que nos cercam. Talvez você nunca saiba o que eu sinto. Mas eu me acostumei a isso, a privar sentimentos. Só queria que com você fosse amor. Porque estou cansada de conjugar verbos no futuro do pretérito. 
Mas acontece que eu não dependo disso. As minhas escolhas não dependem das suas. E foi fácil viver sem te conhecer. Então por que seria tão difícil aceitar te conhecer, te ver e não te ter? Acho egoísmo demais do meu coração.  
Hoje escutei duas coisas de duas amigas. Duas coisas que com certeza me levaram a escrever esse texto. Descobrir coisas não agradáveis sobre você, de uma forma ou de outra, mudou a forma de te ver. Outra coisa que uma delas já havia me dito antes, mas eu ainda tinha uma espera por você e não dei atenção. Aos poucos essa história volta a se tornar um clichê. Mas um clichê que não termina com o beijo do príncipe encantado, mas sim com uma série de questões de matemática a serem resolvidas num sábado a noite. 
Não desperdiço o amor. Não digo adeus a ele de uma hora pra outra. Mas digo que não preciso dele. Talvez eu só precise mesmo que os céus me soprem ventos melhores. Ventos que me acalmem e me guiem. Ventos que não me levem de volta a você. Mas que me puxem em outra direção. Uma direção sem dramas, falta de atitudes e desamor. 
Porque todos merecem algo melhor na vida. E eu desejo o melhor a você. E assim vou aceitando que, muito provavelmente, nós não somos o melhor para o outro. E que as coincidências do destino não passaram meramente disso o que elas são: coincidências e ponto final."

Vivian
Foto: we heart it