"Na última semana me perguntaram sobre nós dois e eu simplesmente sorri e dei de ombros. Seria muito bom ter algo pra falar sobre nós, na verdade eu tenho, mas não interessaria ao mundo. Poderia jurar mês passado que não te escreveria mais. É fácil pensar que posso controlar o futuro, não é? Frágil ilusão. Dentro desse "futuro" eu tinha desejado não te ver mais, não falar mais no seu nome, não cruzar meu olhar com o seu no meio da multidão. Falhei em todos esses aspectos. Uma amiga me falou que você estava de volta e que agora nós parecíamos ter sonhos mais parecidos que antes. Você quer o mesmo curso que eu. E a possibilidade de poder passar mais seis anos ao seu lado é doce e amarga ao mesmo tempo. É claro que eu desejo o melhor a você, eu desejo o amor mais bonito do universo pra você, assim como eu desejo que esse amor seja o que eu sinto por você.
Às vezes - em toda parte do tempo - eu queria que você me parasse, puxasse pelo braço e dissesse um simples oi, talvez até sorrisse de canto e me falasse sobre como é bom ter o nosso amado time de volta à série A do campeonato de futebol. Qualquer assunto com você me bastaria, me basta. E às vezes eu queria ter coragem de te segurar pelos ombros e perguntar porquê demorou tanto. O porquê de ainda demorar tanto.
Era sexta-feira, você fez de propósito, errou a jogada no tênis de mesa e a bolinha caiu nos meus pés. Mas eu não dei o braço a torcer. Não me pergunte porquê. Não podia ser você, entende? Era destino demais pra ser verdade. E eu tive medo. Medo de não ser quem você esperava um dia. Teria sido a nossa chance? Um oi sairia dali, pelo menos? Prefiro não me atormentar com essas perguntas. Sei que por mais que nada tenha sido dito naquele instante, eu fiquei agradecida. A luz que me guia me atendeu e por isso eu já estava satisfeita. Podia ser o seu amigo daquele lado da mesa, você poderia ter acertado a jogada (afinal jogar é o que você melhor sabe, depois de cavalgar, é claro) e rebatido a bola para ele e continuado perfeitamente o jogo, mas não. E por alguma razão - seria algum campo eletromagnético entre nós? - a pequena bolinha amarela se pôs entre nós.
Sim, eu acredito em destino. Acredito que nada nos acontece por acaso. Acredito que existe fé e não sorte. Acredito nessa coisa boa que é amar. Sim, eu acredito no amor. E se não acreditasse, por que acha que ainda estaria aqui escrevendo a essa hora da noite ouvindo Say Anything - enquanto deveria estar respondendo as questões de biologia, assim como você deve estar fazendo ou deveria agora - e pensando unicamente em você?
Não vou negar que já desejei mil vezes pegar todas essas pequenas lembranças, esse sentimento chamado amor por você e o sonhos que tenho com você e colocá-los todos em uma caixinha secreta e mandar para o espaço e dizer "se vira com isso, Universo! Para mim, não dá mais. Chega." Só que eu sempre volto a esse ponto onde estamos. E sabe por quê? Porque eu acredito em nós e acredito que um dia você mesmo vai me ajudar a escrever um desses textos. Ó, anota essa aí, cara!
As pessoas não chegam às nossas vidas por acaso - já falei antes que não acredito nesse tipo de coisa, né? - mas sim pelo destino, não importa o bem ou o mal que elas têm a nos oferecer, afinal cada uma vai deixar uma marca na nossa estrada, assim como também deixaremos nas delas.
Quem sabe você me convida qualquer dia desses para deixar uma marca na sua estrada e no seu coração? Porque em mim você já deixou, mesmo sem perceber, um rastro infinito de sua presença.
Só queria te fazer um pedido essa noite ou seja lá quando você estiver lendo - espero muito que chegue a ler - essas palavras. Faça alguma coisa! Nosso tempo parece estar acabando. Eu sinto que está. Não dê as costas a isso. Não dê as costas a nós. Vá em frente, acredite e faça! O amor vai sempre estar de portas abertas pra você. Assim como eu espero também poder estar de braços, sorriso e coração abertos para você. Por você."
V para ele.
