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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Porque se doar por amor faz bem.

Sim. Eu me apaixonei por ele. E assim que meu melhor amigo soube, veio logo me dizendo "ei, vai com calma, princesa. Você se doa demais. Nem sempre o outro merece tanto." Eu ouvi aquelas frases com atenção. Fiquei pensativa por um tempo, abaixei a cabeça e depois reergui com um suspiro. Eu me doou demais. Isso é verdade. Não sou alguém que ama por metades, beiradas, pedacinhos. Eu amo por inteiro. E eu me apaixonei por ele porque, assim, diferente dos outros caras, você veio inteiro e não pela metade ou até mesmo carregando velhas metades não esquecidas no meio do caminho. Ele não me olhou nos olhos direito na primeira vez que fizemos aula de laboratório juntos na universidade. Eu me senti incomodada e passei o resto do dia pertubando minha melhor amiga sobre se eu estava com alguma coisa terrível no rosto, mau hálito ou sei lá o quê. Não era nada disso. Ele mesmo me contou no dia seguinte. Ele estava com conjuntivite e não queria que eu pegasse. Mas deu em nada, ô menino. Olhei tanto nos olhos dele dali em diante e nada me aconteceu. Na verdade, aconteceu sim. Mas não só a mim. Aconteceu a nós dois. Eu e ele viramos eu e você em cada frase, em cada canto, em cada esquina, em cada final de sexta-feira no barzinho. Nós viramos eu e você pro mundo, pra vida, pra nossa vida. Essa coisa bonita entre a gente já dura meia década. O curso já está quase no final. Muitas aulas de laboratório vieram. Muitos olhares nossos também. E acompanhados de sorrisos. Com o tempo, trocamos o barzinho agitado pela nossa cama, pipoca e seriado criminal no fim do dia. Tá bem do nosso jeitinho. E eu ainda me apaixono por ele. Todo dia. No fim das contas, meu melhor amigo tinha razão sim. Fiz bem em ouvir com atenção aquelas frases dele. Porque eu me doei totalmente a ele, ao meu menino. Eu me doou inteiramente a ele desde o amanhecer até o anoitecer. E  o recebo inteirinho, por completo, sem perdas nem danos, todos os dias. Assim confirmo que quando é amor de verdade, vale a pena se doar. Às vezes o outro merece. E ele, o menino meu, merece. 

Com amor, 
a menina dele. 




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